O som do silêncio


Só os que realmente se amam respeitam o silêncio do outro. O silencio muitas vezes incomoda, dói e pode até parecer agressão. Todavia o silêncio é como uma calmaria depois da tempestade: um tempo para reflexão, para entender onde o Senhor quer nos levar.
Lógico que não estou falando do silêncio da brabeza ou do protesto. Este é com o intuito de provocar e agredir o outro. O silêncio que falo é da bonança, que vem depois da lágrima. O silêncio das consolações do Pai. Com a dor do nascimento vem o choro. Em seguida, o pequenino ser, no colo suave de sua mãe fica a ouvir as batidas dos corações: o dele e o dela. O silêncio se instaura.
Assim o casal deve respeitar cada um o silêncio do outro. Deixe que cada um ouça o seu próprio coração. Respeite a necessidade desta conversa tão íntima e calorosa: o silêncio. No momento certo volta-se as outras linguagens. Volta-se ao mundo barulhento.
Este é um tempo em secreto com Deus. E, do ouvir ao Pai. Quem espera deve ter paciência até que as águas vivas voltem a fluir do interior do próximo. Este é um tempo muito bom para orar e clamar pelo necessitado. Dêem tempo ao tempo e logo tudo se ajustará.
Agora, o silencioso deve abreviar ao máximo este tempo para não angustiar o outro. Deixar claro que não está com problema com o próximo: é seu coração que está em reboliço, é sua mente que necessita de pausa. Aproveite para anotar o que o Pai lhe fala. Anote e compartilhe em ocasião oportuna.
“Falou mais Moisés, juntamente com os sacerdotes levitas, a todo o Israel, dizendo: Guarda silêncio e ouve, ó Israel! Hoje, vieste a ser povo do SENHOR, teu Deus.” (Dt 27:9)
“As palavras dos sábios, ouvidas em silêncio, valem mais do que os gritos de quem governa entre tolos.”(Ec 9:17)
“Bom é aguardar a salvação do SENHOR, e isso, em silêncio.” (Lm 3:26)
Texto de Sérgio Avillez. | MVC

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